quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Ecos

Ecos, jogados ao chão,
ecos do sim,
ecos do não,
ecos da Solidão,
ecos de prazer
ecos de mutilação,
ecos de viver
ecos para perder,
estes ecos se foram,
na forma de letras
dispersas ao vento,
relento e chuva,
nas parreiras em baixo das uvas
os ecos repousam,
para voltarem uma vez mais no 
fim da última tempestade de Verão.

Eis a Noite...

É Tarde.
Já se levanta o véu da viúva,
enegrece a roupa do órfão,
se cobre os santos nas ultimas semanas quaresmais...
já é o Crepúsculo,
as forças fraquejam, quando o sol desce,
as cores se empalidecem,
se avermelham,
sangram.
Já é Noite,
eis a dama quieta se levantar,
pálida e de preto,
sob o luzeiro fraco,
no Jardim da Saudade,
senta-se bem devagar.
É uma pobre moça solteira,
única e derradeira,
companheira de muitos solitários,
em seus lábios um sorriso cálido,
com ambíguo entendimento,
ora parece felicidade, ora parece sofrimento;
ora... jovem que te trazes a um jardim...
"de orquídeas negras,
margaridas secas,
flores murchas, sem vida,
violetas caídas,
flores de um cerrado sem vida,
um buquê de rosas sem vida?"
que te trazes aqui...
_ O que me traz aqui?... Me traz aqui,
aquela simples sensação de tristeza,
aquela silenciosa brisa de penas mortas,
aquela visão de umas milhares de visitas perdidas,
aquele amor que sei que nunca terei,
mas queria apenas ouvi-lo dizer...
Boa Noite...!
*Os versos que estão entre aspas 
são citações da música da banda VULTOS de MG